Aquele fim de tarde, do passado primeiro de Outubro, e a noite animada na Aldeia Turística do Codeçal, um paraíso na Serra de Montemuro, foi um elixir de juventude.

Faz bem desligar, do mundo... dito civilizado, em locais onde a rede é apenas o suficiente para uma chamada sem interrupções, nem que para tal tenha que estar encostado a um qualquer poste de eletricidade.

Adivinharam, são os meus destinos eleitos.

Não me canso do contato com a natureza entre passeios a respirar limpo, a olhar... a olhar para um rio, a contemplar um céu carregado com milhões de estrelas, como no cinema, ou a ler um livro horas seguidas.

Dizem que estar numa aldeia pode ser sufocante porque o tempo não passa e não se faz nada. Mas é isso que me faz bem, ter dias pela frente a passarem devagarinho.

A população das aldeias e os seus usos, costumes e saberes, as característica do falar, por um lado, a arquitetura típica e a forma de se aconchegarem ao relevo e às paisagens, são bem mais interessantes que um qualquer monumento. Uma conversa humilde ou o sentir dos aromas de um cozido à portuguesa serrano, são sensações únicas que só localmente se podem viver.

A Aldeia Turística do Codeçal e o amor a uma causa, ali tão evidente, ficaram-me no coração.

É sempre bom participar nestes momentos únicos que nos permitem recordar, e é ótimo poder fazer parte do vosso cantinho.

Também viajei no tempo. Lembrei-me de histórias já há muito arrumadas no fundo da minha memória... Eu e os meus amigos de infância, as nossas avós, as férias grandes, a liberdade pela aldeia sem problemas ou grandes preocupações, as horas intermináveis a andar de bicicleta, os primeiros namoricos, o baile da concertina, o banho no rio ou simplesmente uma aventura com a descoberta de um velho trilho e um novo esconderijo, que nunca tínhamos visto por ali.

Aos amigos e aos Ex-Militares da Companhia 3485 participantes, um abraço do tamanho do Alto Chicapa.

Carlos Alberto Santos

Sítio na Internet da Aldeia Turística do Codeçal