De passagem... pela ilha de Creta, Grécia
Dizem: - A ilha de Creta representa mais de vinte por cento do turismo na Grécia.
Sem o turismo, a sua agricultura, pecuária, pescas e uma montanha, com 2400 metros de altitude, a grande fornecedora de água doce, torna-a autossuficiente, motivos que confirmam a sua importância comercial na antiguidade.
A Pátria de Zeus, de ruínas, de muitos povos Minoicos, Micénicos, Dórios, Venezianos, Turcos, Alemães, Gregos… e da convivência entre Cristãos Ortodoxos e Muçulmanos ou a terra de Nikos Kazantzakis , autor de Zorba, o Grego, um livro e um filme que fizeram parte da minha juventude.
Creta pareceu-me ter algo para agradar a todos, uma ilha com pessoas que têm uma vida real, muito para além do turismo. Iniciámos a nossa visita pela capital, Heraklion.
A um domingo de manhã, é sempre difícil ver como vive uma cidade, no entanto, entre zonas com os efeitos da crise e outras disfarçadas por lojas da moda ou de marca e esplanadas para o turismo, lá fomos passando por locais históricos e por algumas lojas de recordações, daquelas que se veem em todos os lugares e onde, de imediato, dou meia volta.
Depois deste breve “tour” seguimos de autocarro para o palácio de Knossos onde governou o rei Minos, fundador da civilização Minóica.
Foi no campus arqueológico das ruínas minoicas e nos trabalhos de reconstrução, executados desde o início do séc. XX, que senti algum desconforto pelo exagero dos restauros e pelos materiais modernos a cobrir quase na totalidade dos antigos, em vez de suprimirem apenas as falhas. Também os frescos, apesar de serem cópias, brilham em tintas modernas. Percebi nesta visita, quanto é importante um restauro de qualidade (este não é, em comparação com os outros campus visitados) e que tudo deve ser colocado de modo a que não haja a mais pequena sombra de dúvida sobre o que é antigo e o que é moderno.
Também me desagradou, quando a guia substitui a história antiga do labirinto onde Minos mandou encerrar o Minotauro por outra mais doméstica onde o labirinto passou a ser os fundos do palácio e o emaranhado de corredores, salas e armazéns… que deixava confuso quem por lá se metesse… a mitologia continua.
Carlos Alberto Santos